Angelina Jolie é uma das minhas maiores decepções dentre a grande e nova safra de atrizes hollywoodianas. Explico o porque. Quando ganhou total atenção dos holofotes da mídia, em 1998 já tinhamos a imagem do Jolie aparecendo em resposta ao excelente Gia, fama e destruição, devido a sua boa atuação em Garota Interrompida, filme o qual atuou ao lado da esquecida cleptomaníaca Winona Ryder e que lhe rendeu um oscar de atriz coadjuvante, tive a impressão de que a mal-fadada missão de Hollywood em produzir uma diva conteporânea havia dado certo. Angelina tinha tudo para ocupar o cargo: uma beleza exótica, uma personalidade forte, um possível, porém não muito grande, talento para atuar e carisma, o conjunto perfeito para se tornar um ícone em uma época em que o cinema clamava por um nome de peso. Porém, mesmo se tornando uma das mulheres mais poderosas do cinema americano atual, Angelina Jolie parece ter corrido em uma direção contrária daquela que muitas pessoas, sobretudo eu, esperava: tornou-se uma atriz chinfrim, estrela de filmes tipicamente americanos, em que tiros e fugas embalam cada segundo da história. Interpretações cativantes como a dos já citados Garota Interrompida e Gia foram deixadas de lado, ao mesmo tempo deixava de lado também a imagem de mulher forte e polêmica. Vimos nestes últimos anos a mutação da persona pública de Angelina: a bisexual assumida, de temperamento forte deu lugar a uma pacifista mergulhada nas causas sociais e excelente mãe de família. Tal construção foi solidificada e sacramentada, depois de sua união com Brad Pitt, passando Angelina a viver na sombra do marido, ocupando mais espaço na mídia graças a possíveis boatos de separação do que por suas interpretações. No meio dessa jornada de transformação em amélia pós-moderna, só podemos ressaltar A troca dirigido pelo sempre competente Clint Eastwood - nem mesmo Alexandre de Oliver Stone considero como algo respeitável, como um dos poucos de seus filmes que podem ser "levados" a sério. Filmes como O turista (onde ao lado de Jonny Deep ela protagoniza um dos piores filmes do ano) continuam a fazerem da Sra Pitti uma máquina extremamente rentável de lucro, porém nos deixam com a sensação de que aquela garota de traços marcantes que caminha por Nova York com sua cabeça raspada em um clip dos Rolling Stones, teria muito mais a oferecer, principalmente nestes dias em que estamos cansados das boas moças, no melhor estilo Jennifer Aniston, e suas comédias românticas tolas. Afinal não podemos negar: precisamos de Hollywood pois nem só de filmes de arte vivemos.
Muito bom, garoto enxaqueca!! Assino embaixo de cada uma de suas palavras. Também gostei de Jolie no começo de sua carreira e esperava que ela se tornasse algo mais que a Sra. Pitt. Você tocou num ponto crucial: a garota polêmica deu uma guinada de 360 graus na sua persona pública. Adotando crianças ao redor do mundo, se metendo em questões sociais... Você já percebeu que ela quer ser a Audrey? Isso ficou claro pra mim em "O turista", em que ela abusa das roupas glamurosas, olhares misteriosos e de um andar pseudo-elegante - mas calaro que, por mais que tente, fica a anos-luz da graça daquela que ela tenta imitar. Outra pobrecita...
ResponderExcluirBjinhos
Engraçado, eu encontrei o seu blog por estar procurando links para o álbum da Lykke Li...heheh
ResponderExcluirBem, apesar de super pontual em muito do que disse, eu preciso discordar de várias opiniões que foram escritas nesse post.
Bem, primeiramente, eu acredito que, se esperavamos por uma diva do cinema, com um ar de classe na era moderna, a Agelina que cohecemos em Gia e Garota Interrompida não ficaria nem entre as 50 mais indicadas. Acho que a utilização do termo "diva" caiu em gosto popular, hoje em dia todas são divas sem fazer muito esforço. Acredito que as artistas antigas eram chamadas de divas pq conseguiam, indiferente da sua conduta social, materem um ar elegante e intocado, que as artistas atuais não tem. Aquela Angelina rebelde e polêmica se 10/15 anos atrás não combina mais com a imagem de uma mulher com filhos. Torna-se ridiculo com o passar do tempo.
A Angelina de agora não faz filmes péssimos (nisso eu tenho que concordar) pq escolhe mal os papeis, pelo contrário, acredito que ela apenas se utiliza de sua imagem forte para conseguir seus objetivos "filantrópicos", mesmo que para isso ela tenha que fazer um drama ou um filme de ação. Torna-se indiferente. A prova disso é que, diferentemente da maioria das atrizes, Angelina conseguiu moldar a industria do cinema a sua vontade, da forma que ela acha melhor e mais conveniente às suas necessidades. Essa certa "independencia" acabou fazendo com que, diferentemente do que você disse, Angelina ganhasse mais força dentro da relação "Pitt/Jolie" do que o própria marido (Mais força como um ícone, e não como uma simbolo sexual). Há quem diga que, depois do casamento dos dois, Pitt passou a escolher muito mais os seus papeis, sem precisar tirar a camisa em 4 de 5 cenas de um filme. Hoje ele é um ator respeitado pelos seu talento, não só pela beleza.
Acho que o mundo se forma de acordo com a sua necessidade. Alguns artistas vivem como podem e outros como devem. Angelina vive como ela quer.
PS: gostei bastante do conteúdo do blog. Está adicionado aos meu Reader! =)
Que injustiça!
ResponderExcluirEla escolheu sim ser uma estrela de filmes de ação mas nunca em momento algum deixou de "atuar". O já citado A Troca, O Preço da Coragem e O Bom Pastor são alguns bons exemplos de como ela transita bem em filmes mais sérios e o (bom) cinema pipoca - salvo algumas exceções.
Relativo a imagem pública dela, também discordo. Ela não se converteu em alguém menos polêmica. Ela só envelheceu. Desde jovem, bissexual e maluquete ela já se preocupava e fazia coisas em benefício dos outros. Do jeito que você escreveu parece que isso é tentativa de mídia grátis. Não é bem assim.
Você tem todo direito de não gostar da postura dela ou das escolhas profissionais, mas reduzir a carreira dela a "estrela de filmes tipicamente americanos" é muito. :p