segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nouvelle Vague em Olinda 01/05/2010





Multinacional Nouvelle Vague superaquece o Eufrásio
Carolina Santos // Diario de Pernambuco


Quando na madrugada do domingo um dos músicos da Nouvelle Vague soltou a frase "Vocês não tem ideia de como está quente aqui" ele não se referia apenas ao calor no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda.
O show do coletivo multinacional - na banda que tocou sábado há americano, brasileira, inglês e francês - foi sensualíssimo. Em pouco mais de 1h30 de apresentação, o grupo não perdeu o ritmo intercalando músicas suaves com agitadas. Teve coro do público na versão de Love will tear us apart (do Joy Division) e mãozinhas levantadas na versão voz e violão de God Save the queen (do Sex Pistols).


A performance das belas cantoras Karina Zeviane, brasileira, e Helena Nogueira, francesa, filha de português, deu o tom caliente da noite. Hora falando em português, hora em inglês, Helena chegou a tirar a saia no palco - colocando a culpa, claro, no calor. Mas, sem patriotismos, foi a brasileira quem fez a diferença no palco. Karina, 34 anos, é ex-modelo da Ford Models, mas não gosta de falar sobre aquele período. "É irrelevante. Foram apenas quatro anos da minha vida. Foi a forma que encontrei de sair de Jaboticabal (interior de São Paulo) para o mundo", explicou a cantora, radicada em Nova York, onde recebeu a benção artística do ex-Talking Heads David Byrne, entusiasta e divulgador da música brasileira lá fora.

No palco do Eufrásio, Karina mostrou que sabe dosar sensualidade e leveza com alguns arroubos de euforia. Essa disposição rendeu um convite para cantar no Mutantes, após a saída de Zélia Duncan. "Fiz um show na mesma noite que a banda e encontrei o Sérgio Dias nos bastidores. Como fã dos Mutantes, não resisti e tietei mesmo. Um ano depois recebi, do nada, um e-mail do empresário da banda dizendo que Sérgio queria falar comigo", lembra Karina. "Quando o encontrei, perguntei se já tinha me visto cantar? Ele disse que minha energia bastava", diz. As negociações, porém, não avançaram. "A proposta que me fizeram era muito vaga, não tinha nem mesmo uma agenda de shows definida", lamenta.

Pouco tempo depois, Karina deu sorte. Encontrou Marc Collin, um dos produtores da Nouvelle Vague. "Ele me disse que criou a banda com o intuito de ter uma vocalista brasileira. Está sendo fantástico viajar com eles", diz Karina, que excursionou pelo Canadá e Estados Unidos com a NV. Do Recife, o grupo se apresenta ainda em São Paulo e Belo Horizonte e depois segue para a Europa, Ásia e Oceania. É os anos 80 e a bossa nova rodando o mundo de braços dados.

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