segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quando uma cidade não te cabe mais...

Vários km². Não saberia dizer a medida exata mas aos meus aparentes olhos cansados devem ser muitos e mesmo assim não pareço mais caber aqui. As cidades se globalizam, se integram formando metrópoles, megalópoles extrapolando seus limites. Meus limites são também extrapolados. Me desloco por suas ruas. me vejo no reflexo das portas espelhadas dos altos edifícios, me oriento por placas confusas e mesmo assim me sinto perdido. Deparo-me com milhões quem caminham por suas avenidas, por vezes lutando por direitos, por vezes destruindo. Não encontro meu bando. Não me situo diante das vitrines com seus tentadores chamados. Não sou imigrante, não sou saudosista, sou daqui e ainda sim não me sinto pertecente a este lugar mas a vida insiste em correr. Não correspondo as expectativas. Não atendo aos padrões. Me classificam e me desclassificam. Vejo tudo pela janela do alto apartamento mas não sinto nada. Não me interreso por seus programas ou monumentos. As vezes me enojo de seus hábitos. Percorro lentamente cada linha traçada pelo meu tédio, talvez por não ter coragem de pisar mais em suas ruas. Divago e concluo que não é culpa desde recorte geográfico. Lido com possibilidades e só me resta o tranplante de medúla para tentar curar-me deste câncer que abate toda a minha geração. Possibilidades e depois percusso. Indo e vindo lentamente. Receitas médicas na bolsa. Solidão em todas as partes do corpo. Inferninhos para passar o tempo e enganar o vazio. Amores em baixa. Chão de concreto, agústia dilacreando o peito. Parte que me cabe neste latifúndio. Cruzamentos e acidentes. Superficialidade dosam relacionamentos. Amigos em falta. Fim de semana e casa vazia. TV a cabo e comida chinesa. Vazio e vazio. Topo, capital do mundo. Segunda-feira.

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