Ás vezes me pego pensando como somos radicais, sobretudo com nós mesmos. O que mais incomoda nesta postura é que muitas vezes o que nos parece trivial deixamos passar por batido sem considerar que no trivial algo de interessante pode ser descoberto. Se pensarmos em termos musicais, por muitas vezes descartamos algo com roupagem "pop" por tomarmos tal estilo por superficial, desprovido de qualquer significado, descartável. Tudo bem que tais conceituações cabem em determinados discos, porém não cabem em generalizações. Tudo isso veio à tona ao desenterrar White Lilies Island da Natalie Imbruglia. Ela mesma! aquela menina que em 1997 fez você pedir aos céus para que Torn parasse de tocar ou saísse de sua cabeça. White Lilies é o segundo albúm da cantora australiana e apesar de seguir uma trilha semelhante ao seu disco de estréia, apresentou ao mundo uma Natalie mais segura. As melodias são agradáveis para se escutar em um passeio de bicicleta e dar um "up" no seu dia, como Wrong impression e butterflies ou para se escutar num dia chuvoso onde não se tem pretensão de nada ser feito. São canções leves e despreocupadas. A simplicidade deste disco pode ser percebida em sua capa clean (pelo menos na minha opinião). Depois de White, Natalie caiu em um limbo, se compararmos com toda a repercussão de sua estréia, fazendo discos mais fracos que seguem a mesma linha de seu segundo. Ainda bem que existe este albúm em sua discografia para redimi-la mediante aos olhos mais críticos (audácia de minha parte tal afirmação) e para alegrarmos quando não queremos fazer nada.
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