sábado, 28 de agosto de 2010

Estratagemas ou predestinação? Qual a via a se tomar?

   Édipo, Medeia, Electra, Antígona. Todos personagens de tragédias gregas. Todos personagens vítimas das armadilhas traçadas pelo impetuoso e arteiro Sr. destino. Para os gregos o destino era algo de que não se tinha como fugir. Fico a pensar hoje, será que diferentemente dos gregos destronamos o destino do cargo de delineador de nossas vidas? Acreditar em algo predestinado é se comportar de forma anacrônica numa época onde best sellers vendem o segredo para uma vida de sucesso construída por você próprio? Ou a imposição do ideal de felicidade por si só não é uma persona incorporada pelo Sr. destino afim de não perder sua soberania sobre nossas vidas? O nervo central da questão é: somos responsáveis por aquilo que somos, que seremos e que fomos?; ou simplesmente somos personagens que seguem um roteiro e que de acordo com a vontade do autor será feliz ou dramático?

   Vamos, portanto, centrar em um dos âmbitos de nossas vidas: o âmbito amoroso. Quase todas as histórias amorosas (pelo menos as que me vem à cabeça no momento) o encontro das almas gêmeas cintilantes se dão por acaso, por obra do destino. Toda essa bagagem fictícia amorosa nos leva a crer que o amor não se procura, mas ele acontece. Tanto que as vilãs sempre se dão mal por que traçam mirabolantes planos para obterem o objeto de sua cobiça. Se o amor fosse realmente para elas, as articulações, as intrigas enfim as estratégias não seriam necessárias, pois como dizem os livros de auto-ajuda de R$ 9,90 o universo teria conspirado ao seu favor.

   Pois bem, se nos conformamos com a idéia de destino regendo os encontros das almas separadas por Zeus, nos resta a resignação da espera do grande amor. Mas se traçamos estratégias para obter o emprego dos sonhos, adquirir o carro desejado ou até mesmo para escrever um simples texto por que não traçar estratégias para encontrar um grande amor? Na época onde a racionalidade alicerça o nosso comportamento, esperar pela vontade do destino ou mesmo do sapeca deus cupido não seria se comportar de forma primitiva? Ou criar estratégias pra se encontrar um amor é sintoma de carência e ingresso para se entrar em belas furadas? Esperar ou buscar essa é a questão.

   Aqueles que buscam são tomados por carentes, atirados, desesperados, ousados. Os que esperam por românticos, sonhadores, covardes. Existe meio termo entre as duas situações? Existe um posicionamento entre algum desses comportamentos que lhe transmita, e também aos outros, a idéia de sensatez? Isso se a idéia de sensatez combinar com a idéia de amor, pois tenho certeza que Romeu e Julieta não parecem sensatos nos dias atuais.
   Terminando, acho que refletir sobre essa questão é ter revelado aos nossos olhos alguns dos motivos que nos levam a determinados comportamentos. Eu sei que as primeiras linhas deste parágrafo me renderam o título de garoto racional, cheio de regras. Mas também tenho certeza que as demais linhas talvez passem a idéia de alguém ansioso. Na verdade não aceitaria nenhum, nem outro título. Talvez aceitasse a idéia, formulada por quem ler, de que eu só sou mais um, entre milhares, que deseja reconhecer a oportunidade certa, seja ela obra do destino ou não.



P.S: esse é um texto bem bobinho escrito a 3 anos atrás. Relevem portanto mas hj me inspirei na amiga bruna!

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