Yves Saint Lauren e Catherine Deneuve

Do mesmo modo que Audrey Hepburn estava para Givenchy, a atriz francesa Catherine Deneuve estava para o estilista Yves Saint Lauren. Catherine além de uma grande amiga do estilsta foi uma de suas maiores musas, funcionado perfeitamente como rosto para a maison criada na década de 60 do século passado depois que Saint Lauren saiu da Dior para criar sua própria marca. A imagem extremamente elegante de Deneuve, associada por muitas vezes a frieza devido a filmes como Repulsa ao sexo e A bela da tarde em que interpretou mulheres frígidas, a tornaram não somente um ícone do cinema francês mas também um ícone da moda tanto na capital do Pret à porte, Paris, como no mundo inteiro. Catherine surgia como uma alterntativa de modelo feminino numa época em que a sensualidade descabida de Brigitte Bardot domininava as cabeças masculinas e os anseios femininos de liberdade sexual e comportamental. A subistituição de Bardot por Deneuve como rosto do perfume Chanel Nº5, saía Brigitte como a éfige Marianne símbolo da República francesa, talvez represente mais claramente a contra-corrente em que a figura de Catherine veio a se encaixar em um período de resignificação da posição feminina no mundo.

O arquetipo feminimo representado por Deneuve associava-se perfeitamente a marca de Saint Laurent: uma mulher clássica, pautada sobre tudo pela elegância e feminilidade,  mas também prática e moderna, através da democratização da moda atravé do Pret à porte (roupas prontas para usas) alcançando um público que não limitava-se as damas da alta sociedade francesa. Saint Laurent revolucionou o mundo da moda, do mesmo modo que Coco Chanel havia feito na primeira metade do século XX, ao incorporar a praticidade do vestuário masculino ao guarda ropa feminino em uma de suas criações mais marcantes: o smoking feminino.  Também trouxe o mundo da arte para suas composições ao criar os inesquecíveis vestidos tubinhos inspirados nas telas de Mondrian. E não devemos esquecer o estilo safari urbano.

Sua relação com Catherine Deneuve foi firmada depois de criar os figurinos para a personagem Severine do clássico A Bela da Tarde de 1966. O estilista já havia criado figurinos para produções cinemtográficas anteriormente como em A Pantera Cor de Rosa em 1963 dirigido por Blake Edwards (o mesmo diretor de Bonequinha de Luxo), Arabesque dirigido por Stanley Donem (o mesmo diretor de Cinderela em Paris e Um Caminho para dois) e estrelado por Sophia Loren e Leslie Caron em Um favor muito especial de 1965.

Para perosnagens de Deneuve, YSL ainda criou figurinos em filmes como A Sereia do Missipi (1969) Le chamade (1968), Liza (1972), Expresso para Bordeaux (1972) e Fome de Viver (1983). Talvez seja devido a essa relação estreita mantida entre os dois, tanto profissionalmente como pessoalmente, que deu a Catherine propriedade ao definir da melhor maneira o estilistita:

“Ele cria para as mulheres de vida dupla. A roupa de dia ajuda a nos apresentarmos num mundo cheio de estranhos. Permite ir para todo lado sem chamar demasiada atenção, nos dá força graças a sua natureza masculina. No entanto, a noite, quando podemos escolher com quer queremos estar, nos tornamos sedutoras”. 

O estilista deixou o mundo da moda. Ele anunciou sua aposentadoria e apresentou seu último desfile em janeiro de 2002 numa retrospectiva de suas criações - um show de elegância e o fim do glamour que a era YSL emprestava à alta-costura onde sua grande musa e amiga se fez presente. Morto em 2008 Yves Saint Laurente foi um dos maiores nomes do mundo da moda "Chanel, Schiaparelli, Balenciaga e Dior fizeram coisas extraordinárias. Mas trabalharam com um estilo particular, Saint Laurent é muito mais versátil, como uma combinação de todos eles", disse o estilista Christian Lacroix. Suas criações serão imortalizadas, do mesmo modo que será a beleza de Deneuve.

"A roupa mais bonita para vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Para as que não tiveram essa felicidade, eu estou aqui."

Yves Saint Laurent, falando sobre o seu trabalho